A agricultura, a pecuária e o desflorestamento causam sensivelmente um quarto da emissão de gases de efeito estufa no mundo. Para minimizar estes impactos, esta corrente procura adotar práticas agropecuárias mais sustentáveis, que visam reduzir as pegadas de carbono no planeta e permitir a regeneração dos seus recursos naturais. A prática da Agricultura Regenerativa foi criada pelo norte-americano Robert Rodale e o seu principal objetivo é o uso dos recursos naturais na obtenção de alimentos de forma sustentada e promovendo a sua autorregeneração.
Um dos recursos mais preciosos são os solos, as práticas de agricultura regenerativas procuram preservar e restaurar as condições do solo e mantendo-o saudável, evitando a sua erosão, promovendo a retenção de água e respeitando a biodiversidade que lhe está associada. Assim se geram colheitas saudáveis e fartas – tanto para quem vai consumir, quanto para a natureza.
Eis as regras base a seguir nesta abordagem agrícola:
- Rotação de culturas ou cultivo de mais de um tipo de vegetal no mesmo espaço;
- Plantio o ano todo, sem deixar a terra vazia entre colheitas, para evitar a erosão do solo e a desertificação;
- Cultivo com menos (ou sem) aragem de terras;
- Pastagem de gado, que estimula naturalmente o crescimento das plantas;
- Uso de adubos 100% naturais para fertilização, como estrume ou outros resíduos orgânicos/compostagem;
- Não usar transgénicos (modificação genética do alimento/semente) para promover e preservar a biodiversidade;
- Bem-estar animal e práticas de trabalho justas para os agricultores/trabalhadores envolvidos.
Estes sistemas de produção, permitem não só a recuperação do solo, mas também por exemplo, a retoma dos ciclos da água e de nutrientes, a biodiversidade abaixo e acima da terra e o sequestro de carbono atmosférico.
A agricultura sustentável baseia-se, portanto, em três objetivos principais: a conservação do meio ambiente; a criação de unidades agrícolas lucrativas e de comunidades agrícolas prósperas.
Uma agricultura sustentável é aquela em que a capacidade que uma determinada unidade agrícola, ou até do próprio planeta onde vivemos, tem de continuar a produzir alimentos ou recursos, infinitamente, prejudicando o mínimo possível o meio ambiente e a sociedade. Sustentável versus Orgânico
O termo “orgânico” significa que o alimento foi cultivado ou produzido sem o uso de produtos químicos sintéticos. Mas quando nos referimos à ideia de sustentabilidade, falamos da capacidade que uma determinada exploração agrícola tem de produzir com um mínimo prejuízo ambiental possível. Estes conceitos são distintos, apesar de ambos visarem práticas ‘ecologicamente sensíveis’ e ambientalmente mais amigáveis.
A agricultura sustentável/regenerativa tenta fazer o melhor uso das condições existentes, adaptando as culturas ao clima e ao solo e beneficiando de sinergias entre os seres vivos que compõem o sistema agrícola. É desta forma que a sua prática pode reduzir o uso de aditivos externos (fatores de produção que provêm de fora da exploração, tal como fertilizantes, pesticidas, sementes), poupando energia e afetando o mínimo possível os ciclos biogeoquímicos.
Quer fazer uma horta em casa?
Se quer começar uma horta caseira que siga estes princípios, e não sabe como, uma das boas dicas iniciais é a de seguir especialistas: a informação credível é essencial para evoluir. É natural que tenha dúvidas, mas muitas vezes não conhece ninguém que o possa ajudar. É uma boa ideia consultar blogs, canais de youtube, grupos nas redes sociais e artigos da especialidade, com que pode aprender bastante e manter a motivação.
A Blédina aposta também na Agricultura Regenerativa, que respeita os solos e produz alimentos com qualidade nutricional. Leia o nosso artigo onde deixamos algumas sugestões para fazer uma horta caseira, sobretudo para quem tem menos experiência e quer cultivar.
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